DO PRANTO SE FEZ O RISO
Todos festejavam.
E aquele olhar mormaço
Vagava numa procura
Pelos cantos do passado.
Era quase um grito de apelo
O que a face pálida dizia,
Como um espelho mostrando
Aquilo que o coração queria.
E na mórbida aflição,
As luzes negras avermelharam.
Lá no fundo do salão,
Duas mãos lhe acenaram.
A melancolia estava exposta
Naquele rosto inundado.
Do pranto se fez o riso
No momento inesperado.
As lágrimas nos olhos brilharam
Por tamanha emoção.
Quando as bocas se encontraram,
Só restavam os dois no salão.
Autora: Inês Carmelita Lohn
Livro: Janela do Tempo